Oi mamãe, sua bênção?
- Marlon Espirito Santo

- 11 de set.
- 2 min de leitura
Sabe... existem muitos questionamentos aqui dentro. Mas talvez isso tudo seja bobagem - ou talvez não. Talvez, no fundo, eu quisesse saber de fato o que aconteceu... mas acho que, mais do que respostas, o que eu realmente gostaria era da sua presença. Poder te olhar nos olhos e me reconhecer em você, identificar com quem eu me pareço mais.
Te ver e, através de ti, reconhecer também meu pai. Mãe... já se passaram 30 anos. E por falta de reconhecimento, ou por medo, estupidez, remorso não sei -, eu nunca tive a audácia de te escrever. Como não pensei nisso antes? Mas hoje eu vejo. Hoje eu compreendo.
Compreendo o quanto você me amou. Sim, você me amou profundamente, ao permitir que eu viesse ao mundo, mesmo sabendo que não poderia me criar. Hoje entendo o quão difícil deve ter sido te despedir, me entregar a outra família... (deu tudo certo, viu?) Estou vivo. Estou bem. Estou feliz. Tenho uma família linda.
Seus netos têm um pai - e uma mãe maravilhosa ao lado deles. Não foi fácil, mas eu consegui. Passei por tudo isso, e ainda tive o privilégio de ter outras três mães: uma de leite, uma adotiva, e uma terceira que me amou tanto quanto pôde, mesmo sem conseguir me registrar, pois partiu cedo demais. Ah, mamãe... aquele nosso breve encontro foi tão forte.
O seu abraço ficou para sempre marcado em mim. Está guardado aqui, no mais profundo do meu ser. Há tantas outras coisas que eu gostaria de te dizer. Mas percebo que o mais importante, eu já encontrei: acessar o seu poder dentro de mim. Sentir que você sempre esteve comigo. Mesmo longe, mesmo em silêncio, você nunca me deixou.
Você é e sempre foi parte de mim. E estará comigo até o fim. Eu te amo. Amo você e tudo o que nos une. Por aqui sigo, com humildade, com coragem, e com gratidão. Sei que o preço já foi pago. E por isso me proponho a fazer diferente. Me alegro, e sei que você também se alegra com o meu sucesso. Com sua bênção e sua força, sigo em paz. E sempre que eu precisar... sei que posso retornar aqui e me abastecer novamente. Obrigado, mamãe.
Com todo meu amor, Marlon Espírito Santo
17 de novembro de 2024



Comentários